sexta-feira, 26 de março de 2010
quinta-feira, 25 de março de 2010
Não disto nem daquilo,
Nem sequer de tudo ou de nada:
Cansaço assim mesmo, ele mesmo,
Cansaço.
A subtileza das sensações inúteis,
As paixões violentas por coisa nenhuma,
Os amores intensos por o suposto alguém.
Essas coisas todas -
Essas e o que faz falta nelas eternamente -
Tudo isso faz um cansaço,
Este cansaço,
Cansaço.
Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada -
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque eu quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser...
E o resultado?
Para eles a vida vivida ou sonhada,
Para eles o sonho sonhado ou vivido,
Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto...
Para mim só um grande, um profundo,
E, ah com que felicidade infecundo, cansaço,
Um supremíssimo cansaço.
Íssimo, íssimo. íssimo,Cansaço...
(Álvaro de Campos)
sábado, 20 de março de 2010
Estamos em Greve
Os trabalhadores da Rede Municipal de Educação de BH estão em greve, reivindicando uma educação de qualidade para a nossa cidade. Esperamos que a greve termine o mais rápido possível, e para isto precisamos que o Prefeito negocie efetivamente conosco.
Pela Lei Orgânica de Belo Horizonte, a prefeitura tem que investir 30% da arrecadação do município
São reivindicações nossas:
- Garantir à criança o direito de atendimento das necessidades cognitivas, psicológicas e de saúde através de profissionais específicos e qualificados. A PBH vem modificando a política de inclusão, tornando ainda mais difícil conseguir estagiários para acompanhar as crianças com deficiência que recebemos nas UMEIs. Aliado a isto, o alto número de crianças em cada sala torna quase impossível o atendimento individualizado das necessidades das crianças.
- Garantir ao professor o tempo de planejamento, estudo e avaliação conforme determina a Lei do Piso Salarial Nacional nº11738/08, resoluções e pareceres do Conselho Nacional de Educação e a Lei Municipal 7577/ 98. Garantir a substituição de colegas ausentes por licenças médicas. A sobrecarga de trabalho e o baixo salário faz com que os professores e professoras trabalhem em jornadas longas e desgastantes. Aliado a isto, a burocracia e falta de autonomia das escolas para resolver problemas cotidianos gera um grande desgaste físico e emocional nas trabalhadoras, que acabam adoecendo. Com isto, as demais colegas substituem quem está doente, aumentando sua carga de trabalho e não conseguindo planejar suas atividades a ser realizadas nas turmas. A partir daí a qualidade do atendimento cai e quem não estava doente, acaba ficando.
- Salários mais justos para os professores e outros profissionais da educação. Estamos reivindicando o índice de 22,41% para todos/as os/as trabalhadores em educação. Para as professoras da educação infantil, reivindicamos a isonomia salarial com os demais professores da rede, pois temos a mesma formação e trabalhamos a mesma carga horário. Hoje, as professoras da educação infantil recebem menos do que o Piso Salarial Nacional da Carreira do Magistério.
- Garantir uma política de saúde para os professores, pois segundo pesquisa recente da UFMG o índice de adoecimento dos trabalhadores em educação é muito alto, influenciado sobretudo pela política que amplia a carga de trabalho dos professores e aumenta gradativamente as funções desempenhadas por eles no exercício do seu trabalho.
Contamos com a compreensão e apoio de vocês, pois é com este movimento que garantiremos que as crianças, jovens e adultos do município tenham a educação de qualidade que eles têm direito.
Aproveitamos para denunciar que a PBH não repassou para as escolas a última parcela da verba do ano passado, e a primeira deste ano até hoje não chegou, prejudicando o desenvolvimento de atividades que precisam de materiais específicos.
Atenciosamente.