quinta-feira, 25 de março de 2010

O que há em mim é sobretudo cansaço
Não disto nem daquilo,
Nem sequer de tudo ou de nada:
Cansaço assim mesmo, ele mesmo,
Cansaço.

A subtileza das sensações inúteis,
As paixões violentas por coisa nenhuma,
Os amores intensos por o suposto alguém.
Essas coisas todas -
Essas e o que faz falta nelas eternamente -
Tudo isso faz um cansaço,
Este cansaço,
Cansaço.

Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada -
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque eu quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser...

E o resultado?
Para eles a vida vivida ou sonhada,
Para eles o sonho sonhado ou vivido,
Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto...
Para mim só um grande, um profundo,
E, ah com que felicidade infecundo, cansaço,
Um supremíssimo cansaço.
Íssimo, íssimo. íssimo,Cansaço...
(Álvaro de Campos)

Hoje decidi falar de como me sinto. Especialmente diante de momentos tão importantes quanto estes que estamos vivendo. Sobre a greve... Sobre as posturas, tantas... Firmes ou oscilantes.
Isso tudo dá um cansaço... e uma tristeza... Mas fica a certeza de que é preciso continuar, apesar do medo... e do cansaço.
Lucilene

2 comentários:

  1. FORÇA!
    Você não está sozinha!Os que ocilam, não sabem o quanto é importante este momento de luta!O quanto ele nos fortalece!Quem sabe um dia saberão...
    Mas a luta está forte e chegaremos lá!
    Kátia cardoso - UMEI Alaide Lisboa

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  2. Obrigada colega,
    Já me sinto forte em saber que sempre há aqueles que compartilham desse sentimento de corpo, de "rede" que se fortifica nos laços que mantém.
    Chegaremos lá!!!

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